A semana começa com notícias devastadoras sobre os impactos das
queimadas sobre o território brasileiro. Por dois dias seguidos, o ranking
de monitoramento da agência suíça IQAir, que acompanha a qualidade do
ar nas 100 maiores cidades do mundo, apontou que São Paulo tem hoje o
pior ar em todo o planeta.
O Distrito Federal, sempre conhecido por ter um dos céus mais belos do
Brasil, há duas semanas está coberto por uma névoa acinzentada nunca
antes vista na capital federal, e moradores reclamam de fuligem e cinzas
diariamente entrando pela janela das casas, fruto das queimadas no
Pantanal e no Cerrado. Profissionais de saúde relatam a superlotação de
hospitais por pacientes com problemas respiratórios, em especial crianças
e idosos.
Vivemos a maior seca da história do Brasil, com danos extremos ou
severos sobre 1400 cidades do nosso país. Especialistas afirmam que, com
o cenário atual, nem as prováveis chuvas previstas daqui 10 dias vão
minimizar o problema da qualidade do ar.
Estamos em meio a um processo eleitoral no Brasil e, portanto, com
possibilidade de promover mudanças concretas e alterar a realidade nos
municípios. Você parou pra pensar o que o seu candidato favorito a
prefeito e vereador está planejando fazer para mitigar os impactos das
mudanças climáticas? O programa de governo / mandato deles contempla
medidas que encaram a questão? Ou para eles esses alertas crescentes
são mentiras de ambientalistas e papo de “comunistas”, mesmo diante de
tantas evidências das oscilações no clima?
As cidades precisam de planos de adaptação climática. Não se trata mais
de questionar se as mudanças climáticas existem. A tarefa é batalhar para
que seus impactos sejam menores sobre as populações, especialmente as
periféricas. É dever de todos nós, como cidadãos, não ignorar tais
impactos. Temos uma oportunidade de ouro, nas eleições de outubro, de
apoiarmos projetos políticos que pensem no bem-estar das gerações dos
nossos filhos e netos.
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