NÃO EXISTE SEGURANÇA EM SP
O centro de São Paulo nunca esteve tão vazio. Ainda que a atividade econômica venha se estabilizando, trazendo clientes de volta para o comércio da região, a pandemia e o desastre econômico do governo Bolsonaro impactaram demais as lojas, bares, restaurantes e serviços situados no coração da cidade mais rica do País. Nesta região da cidade em especial, soma-se ao aumento da insegurança e da criminalidade, o fracasso na gestão da Cracolândia.
Ao deixar de lado a assistência social e o atendimento de saúde para tratar a Cracolândia apenas como “questão de polícia”, o resultado é o espraiamento dos usuários, que agora são quase os únicos a ocupar diversas ruas, que ficaram quase desertas. Mas não é só na capital que se manifestam as consequências de um Estado policialesco fracassado. Pontos de consumo de crack se espalharam pelo Estado inteiro e hoje são comuns na maioria das cidades médias do interior e até nas pequenas. O mesmo se dá com facções criminosas e milícias, que tiveram um boom em todas as regiões do Estado nos últimos 4 anos. O novo-cangaço, que mira cidades do interior e assaltos armados à residência, antes raros, são cada vez mais frequentes.
A sensação de insegurança também predomina entre os moradores da baixada santista, que ainda tem fresca a memória da chacina promovida pela Polícia Militar no Guarujá, deixando ao menos 16 mortos. As imagens do evento foram apagadas, ou sequer registradas pelas câmeras corporais que deveriam ser usadas em todas operações policiais. A tensão e o medo na região são tão grandes que em São Vicente os Correios não fazem entregas em 62% dos municípios. Santos, Guarujá e Praia Grande também tem boa parte do seu território sem serviço oficial de correspondências, em virtude da violência, já que muitos desses endereços são regiões controladas por facções criminosas ou por milícias.
Algumas medidas estão sendo tomadas pelo governo Federal, como a geração de emprego e renda, a retomada de programas sociais, o aumento da fiscalização e controle às armas de fogo e programas de combate ao tráfico e ao contrabando ilegal. Os municípios também tentam se articular, mas tem condições limitadas. Cabe ao Estado coordenar e implementar as políticas de segurança no território, que em São Paulo, tem sido um fracasso.
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