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  • Foto do escritorNilto Tatto

ARTIGO: EXTRATO PARCIAL DAS ELEIÇÕES


As duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, terão seus prefeitos definidos após votação em segundo turno, no próximo domingo. Enquanto a metrópole paulista conta com um representante do campo progressista (Guilherme Boulos), o Rio de Janeiro foi a única capital em que avançou um Bolsonarista (Crivella). Em nível nacional, a esquerda se recuperou em boa parte das 100 maiores cidades, enquanto que a maioria dos candidatos de extrema direita apoiados pelo presidente Bolsonaro, fracassou.


Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Se a direita extrema não foi tão exitosa, o mesmo não podemos dizer do centro e da direita tradicional, que ganharam terreno, inclusive nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Apesar disso, a eleição ainda não está definida em 57 cidades brasileiras, 18 delas capitais, muitas com possibilidades reais de vitória dos candidatos da esquerda progressista. Em resumo: a extrema-direita saiu abalada; a direita tradicional e o centro fortalecidos, enquanto a esquerda deu sinais de recuperação.


O mesmo vale para o cenário internacional, onde a derrota de Donald Trump, na disputa pela reeleição nos Estados Unidos, chamou atenção para uma provável reconfiguração das relações políticas na América Latina, conforme abordei no artigo Equilíbrio Político. A derrota da Constituição de Pinochet no Chile; os governos de esquerda na Argentina e no México; a vitória do partido de Evo Morales na Bolívia, são apenas alguns exemplos da fragilidade das políticas neoliberais no continente. A incapacidade de Bolsonaro transferir votos para seus candidatos em todo o País, pode ser um indicador de que o mesmo está acontecendo no Brasil.


O povo latino-americano já percebeu e o brasileiro também começou a perceber, que a extrema-direita, ultraliberal, entreguista e privatista não tem projeto para recuperar o emprego, a economia, erradicar a fome ou a pobreza, nem sequer investir em saúde e educação pública. Falta ainda perceber que os partidos do centrão e de centro-direita, que articularam o golpe, criaram as condições e promoveram a eleição de Bolsonaro, não se saíram vitoriosos por acaso.



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