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ARTIGO: O Racismo ambiental e as mudanças climáticas

  • Foto do escritor: Nilto Tatto
    Nilto Tatto
  • 19 de ago.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de ago.

 

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Não há como enfrentar as desigualdades no Brasil e no mundo sem enfrentar, ao mesmo tempo, a questão climática. As mudanças no clima não atingem todas as pessoas da mesma forma, mas ao contrário, escancaram e aprofundam as injustiças históricas. Povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, comunidades periféricas e populações negras e pobres são as que mais sofrem os impactos de secas, enchentes, queimadas e desastres ambientais. Isso não é acaso: é o resultado da construção da nossa sociedade, pautada no que chamamos de racismo ambiental.

 

O racismo ambiental está presente quando comunidades inteiras são obrigadas a viver em áreas de risco, quando populações tradicionais têm seus territórios ameaçados pela mineração, pelo agronegócio e por grandes obras, ou quando a poluição se concentra nas regiões habitadas pelos mais pobres. É a lógica perversa que expõe quem menos emite gases de efeito estufa aos efeitos mais brutais das mudanças climáticas.

 

Essa realidade também nos lembra que o ser humano não está separado da natureza. Somos parte do ambiente em que vivemos, ao mesmo tempo em que o transformamos e somos transformados por ele. Quando destruímos florestas, rios e solos, não estamos apenas agredindo a natureza: estamos comprometendo nossa própria existência, afinal a vida humana depende do equilíbrio entre as espécies e ecossistemas.

 

Por isso, enfrentar a crise climática é também enfrentar a desigualdade social e racial; é garantir justiça ambiental, assegurando que as comunidades mais vulneráveis tenham voz, direitos e condições de enfrentar os desafios impostos pelo aquecimento global; é também assumir nossa responsabilidade coletiva de cuidar das outras espécies e preservar o equilíbrio ambiental para as futuras gerações.

 

A justiça climática não é um tema distante ou abstrato, mas uma luta absolutamente concreta, que exige reconhecer os impactos desiguais da crise, fortalecer a proteção aos povos e comunidades tradicionais e mudar os rumos de um modelo de desenvolvimento que coloca o lucro acima da vida. Só assim poderemos construir um futuro justo, sustentável e solidário, no qual todos e todas possam viver com dignidade.

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