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ARTIGO: Triste mas indispensável

  • Foto do escritor: Nilto Tatto
    Nilto Tatto
  • 10 de set.
  • 2 min de leitura
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

O julgamento de Jair Bolsonaro e demais acusados pela tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 marca um momento delicado da nossa história - não como um episódio que mereça celebração, mas como um processo duro, porém necessário para a preservação da democracia brasileira. A eventual prisão de um presidente ou ex-presidente da República jamais deve ser encarada como motivo de festa - é, antes de tudo, um retrato doloroso do quanto o País ainda convive com ameaças autoritárias e com a incapacidade de alguns setores de respeitar as regras do jogo democrático.

 

O que ocorreu em Brasília naquele fatídico dia foi mais do que um conjunto de atos de vandalismo ou uma manifestação política que saiu do controle. O 8 de janeiro foi uma tentativa organizada de golpe, articulada para romper a ordem constitucional, enfraquecer as instituições e impor a vontade de poucos sobre a soberania popular expressa nas urnas. Um golpe de Estado, mesmo em sua forma tentada, é um crime gravíssimo, que atinge não apenas o presente, mas ameaça o futuro de todo o povo brasileiro. Relativizar esse crime é abrir espaço para que práticas semelhantes se repitam, normalizando uma ruptura democrática.

 

Democracia exige responsabilidade e aqueles que atentam contra ela precisam responder por seus atos, ainda que ocupem ou tenham ocupado os mais altos cargos da República. Essa é a essência do Estado de Direito: ninguém pode estar acima da lei. A responsabilização, portanto, não deve ser movida por ódio ou vingança, mas tanto por justiça quanto pela necessidade de proteger o pacto democrático que garante os direitos e liberdades de todos.

 

O Brasil já sofreu o peso de ditaduras, perseguições e censuras. Pagamos caro enquanto sociedade, pela ausência de democracia. Por isso, o julgamento dos responsáveis pelo 8 de janeiro deve ser compreendido como parte da defesa das instituições e da soberania nacional. É um momento triste, sim, mas indispensável para que nunca mais se cogite romper a ordem democrática no País.

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