top of page
  • Facebook ícone social
  • Twitter
  • Instagram
  • YouTube
  • WhatsApp-icon

ARTIGO: SEPARANDO O JOIO DO TRIGO

Foto do escritor: Nilto TattoNilto Tatto

Publicado originalmente em Gazeta de São Paulo em 28/07/2020


Após a MP da Grilagem caducar na Câmara dos Deputados, a bancada ruralista não tardou à apresentar o Projeto de Lei 2.633/20, com basicamente o mesmo teor. Ao mesmo tempo que permite a titulação de grandes áreas invadidas da Amazônia, beneficiando grileiros, especuladores e latifundiários, o projeto coloca em risco o meio ambiente e a vida de trabalhadores rurais. Alguns deputados adotaram um discurso de que o texto beneficiaria pequenos produtores ocupantes tradicionais destas regiões, o que não é verdade. Com isso, torna-se mais necessário do que nunca, separar o joio do trigo.



Podemos começar pelo simples fato de que para resolver o problema da regularização fundiária para os posseiros legítimos de terras públicas já existe legislação, a principal delas estabelecida pela Lei 11.952/09. Estes camponeses e agricultores familiares representam 95% dos imóveis rurais com menos de 4 módulos fiscais, maioria absoluta dos beneficiários da regularização. Ou seja, para garantir os direitos dos pequenos produtores não é necessário mudar uma vírgula sequer na lei em vigor, mas apenas garantir que ela seja cumprida.


A legislação atual ainda assegura ao governo a base jurídica que lhe permite adotar todos os meios necessários para avançar na regularização fundiária, estabelecendo inclusive a vinculação entre as políticas fundiária e ambiental. O PL da Grilagem, por outro lado, rompe com esse vínculo e abre as porteiras para a boiada passar, promovendo novos desmatamentos nas áreas regularizadas ao facilitar a titulação de terras com passivos ambientais.


Um estudo recente divulgado pelo Projeto MapBioma revela que 99% do desmatamento no Brasil é ilegal, enquanto outros estudos já apontaram que o desmatamento aumentou em áreas tituladas pelo Programa Terra Legal. São dados científicos que podem servir de alerta de que a regularização fundiária sem articulação com políticas ambientais pode favorecer a expansão de atividades que destroem a floresta, aumentando a concentração fundiária e a violência no campo e nas florestas.



 
 
 

Comments


LOGO OFICIAL.png

BRASÍLIA - Câmara dos Deputados - Praça dos Três Poderes | Anexo IV / Gab. 502

CEP: 70160-900 | Brasília - DF | Fone: (61) 3215-5502

SÃO PAULO -  Escritório político - Rua Major Sertório, 200 Conj. 402 - Vila Buarque

CEP: 01222-001 | São Paulo - SP |  Fone: 11 3129-7492 

E-mail: dep.niltotatto@camara.leg.br    |      contato@niltotatto.com.br

bottom of page