ARTIGO: O Brasil não quer o PL da Devastação
- Nilto Tatto
- 4 de jun.
- 1 min de leitura

No último domingo, milhares de brasileiras e brasileiros foram às ruas de
diversas cidades do país para dizer um sonoro “não” ao PL 2159/2021,
conhecido como PL da Devastação. A mobilização expressiva da sociedade
civil, liderada por movimentos socioambientais, coletivos juvenis, povos
originários, cientistas e defensores do meio ambiente, é um claro recado ao
Congresso Nacional: não aceitaremos o desmonte das leis de proteção
ambiental no Brasil.
O projeto, que enfraquece profundamente o licenciamento ambiental, abre
brechas para que empreendimentos com alto potencial destrutivo avancem
sem a devida análise de impactos, colocando em risco nossas florestas,
mananciais, populações tradicionais e até áreas urbanas vulneráveis a
desastres climáticos. É inaceitável que, em plena emergência climática,
caminhemos na contramão do mundo.
A força das ruas deve servir como bússola para o Parlamento. Por isso,
reiteramos o compromisso que nos foi afirmado pelo deputado Hugo Motta,
presidente da Câmara dos Deputados, de que o PL não será pautado de forma
apressada, tampouco sem ouvir o clamor do povo. É fundamental que a
Câmara dos Deputados respeite o debate democrático, garantindo a escuta de
especialistas, de comunidades afetadas e de quem se dedica, cotidianamente,
à proteção dos nossos bens naturais.
A mobilização de domingo foi mais que um protesto: foi uma demonstração de
que o Brasil quer avançar rumo à justiça climática, e não retroceder. Cabe
agora aos representantes do povo honrar essa expectativa.
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