A inflação acumulada nos últimos 12 meses de governo Bolsonaro já ultrapassou 8%, puxada pelo aumento nos preços das commodities; combustíveis; material de construção civil e pela desvalorização do real. Alguns produtos da cesta básica chegaram a ter reajustes superiores a 80%. Além disso, as taxas básicas de juros também vem subindo, apertando ainda mais a corda enrolada no pescoço da classe trabalhadora.
Se a política econômica do governo Federal impacta diretamente nos setores de menor renda, os ricos, por outro lado, têm conseguido acumular ainda mais riquezas, assim como tem beneficiado o presidente da República. Bolsonaro sabe que a volta da inflação pode prejudicar sua popularidade, mas também tem consciência de que ela permitirá um aumento no teto de gastos para 2022, ano eleitoral, já que os limites de gastos públicos são corrigidos pela inflação.
Enquanto isso, desempregados e assalariados sofrem cada vez que vão ao mercado. O óleo de soja aumentou quase 90%; o limão subiu 79,01%; o arroz 68,80%; a carne teve aumento médio de 29,5%, atingindo preços proibitivos para uma grande parte dos consumidores que perderam renda e não contam sequer com o auxílio emergencial. É neste cenário que a equipe econômica do governo Bolsonaro aplica mais um duro golpe no povo brasileiro com as privatizações.
Especialistas apontam que a privatização da Eletrobrás, por exemplo, levará a uma alta significativa das tarifas de energia elétrica, somando às altas que já vem ocorrendo nos combustíveis e no gás de cozinha. Não é nenhum segredo que estes produtos e serviços impactam diretamente em toda a economia, criando um efeito cascata. Quando sobe a luz, o combustível e o gás, naturalmente tudo fica mais caro.
Isso nos leva a uma triste constatação, de que o pouco caso do presidente com a vida do povo brasileiro não se restringe à falta de ações efetivas de combate ao Coronavírus e à devastação do meio ambiente, mas se manifesta também na ausência de políticas públicas de geração emprego e renda, combate à inflação e garantia de um auxílio emergencial digno.
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