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  • Foto do escritorNilto Tatto

ARTIGO: A QUARENTENA E A QUARESMA


No próximo domingo, dia 04 de abril, será celebrada a Páscoa, uma das maiores festas da tradição cristã. A data louva a ressureição de Jesus Cristo, passados 3 dias de sua crucificação no Calvário. Quem iria imaginar que chegaríamos à segunda Páscoa consecutiva em meio à pandemia, quando parte significativa da população permanece em quarentena ou em luto, enquanto outros faleceram ou seguem internados em tratamento intensivo?


Foto: Vatican News
Foto: Vatican News

Neste contexto, é até compreensível que muitos sequer se lembrem do feriado Nacional, ou que tenham seus pensamentos voltados exclusivamente para questões que hoje se fazem urgentes para a garantia de suas próprias vidas. O que eu venho propor nestas linhas, no entanto, é justamente o contrário: uma reflexão sobre o que a Páscoa cristã tem a nos ensinar em tempos de crise global, sanitária, social e econômica; onde até a esperança parece se dissipar em meio à tantas incertezas.


O primeiro ponto que eu gostaria de destacar é que a Páscoa é precedida pela quaresma (que lembra um pouco a palavra e o significado da quarentena), um período de quarenta dias de jejum, orações e penitências. No Novo Testamento, 40 dias e quarenta noites é o tempo que Jesus permanece no deserto, sem comer, sofrendo diversas tentações antes de iniciar sua “vida pública”. O mesmo espaço de tempo Jesus ressuscitado dedica à instruir seus discípulos, antes de subir aos céus. Estamos vivendo tempos duros de privação, quando o acesso à informações confiáveis se faz mais do que necessário.


Nos tempos antigos, a Páscoa era considerada o período ideal para o batismo dos convertidos ao catolicismo. Havendo ou não batismo neste momento, é tradicional que cada congregação aproveite a data para renovar seus votos. Este também é um ponto relevante de reflexão sobre os tempos que vivemos, onde a nossa comunidade pode reafirmar seus valores de solidariedade, de fraternidade e de amor ao próximo, respeitando a fé e a vida de cada um. Quem sabe a Páscoa não possa nos ensinar, mais uma vez, a cuidar de nós mesmos, da nossa comunidade e da nossa casa comum.




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