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  • Foto do escritorNilto Tatto

ARTIGO: O ROUBO DO SÉCULO

Publicado originalmente em Gazeta de São Paulo em 07/07/2020


Contrariando a ONU e violando o Direito de Autodeterminação dos Povos, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, retomou na última semana a tentativa de anexação de uma parte do território palestino na Cisjordânia. Após grande pressão internacional, felizmente o projeto de expansão territorial israelense de foi adiado, sem previsão de nova data para a retomada das discussões.



Historicamente, Israel fragmentou, violentou e prejudicou a economia dos palestinos, pelo menos desde 1967, quando as forças israelenses invadiram parte de seus territórios e lá permaneceram até hoje, o que configura crime internacional. Agora, com o apoio do presidente estadunidense, Donald Trump, Netanyahu tenta uma nova investida na expansão de seu projeto de Estado judeu.


O adiamento do projeto, no entanto, não se deu por questões humanitárias, embora estas devessem ser o foco do debate, mas por ameaças de sanções comerciais à Israel por parte de países da União Europeia, caso o processo de anexação seguisse adiante. À luz destes fatos, um movimento internacional em repúdio ao plano, intitulado “Contra o Roubo do Século”, reúne assinaturas e a participação de lideranças do mundo todo.


Além de Lula e Dilma Rousseff, Fernando Lugo, do Paraguai; Pepe Mujica, do Uruguai; Rafael Correia, do Equador e Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia, também aderiram à campanha aqui na América Latina personalidades brasileiras como Chico Buarque, Caetano Veloso e Milton Hatoum. Como membro do movimento internacional de parlamentares em defesa da Palestina (Parliamentarians for All Quds) eu também gravei um vídeo junto com outras lideranças em repúdio à atitude do Estado de Israel.


Para quem não sabe, Netanyahu faz parte de um grupo de líderes políticos da extrema direita, incluindo Donald Trump (EUA), Matteo Salvini (Itália), Viktor Orban (Hungria) e o nosso presidente, Jair Bolsonaro (Brasil), que não se importam em se aproveitar de momentos de grave crise sanitária, econômica e social para oprimir ainda mais populações inteiras em situação de vulnerabilidade.

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